Es preciso casar a Juan,
es preciso aguantar a Antonio,
es preciso odiar a Melquíades,
es preciso sustituirnos a todos.
Es preciso salvar al país,
es preciso creer en Dios,
es preciso pagar las deudas,
es preciso comprar una radio,
es preciso olvidar a fulana.
Es preciso estudiar volapuk,
es preciso estar siempre beodo,
es preciso leer a Baudelaire,
es preciso coger las flores
de que rezan viejos autores.
Es preciso vivir con los hombres,
es preciso no asesinarlos,
es preciso tener manos pálidas
y anunciar El FIN DEL MUNDO.
Poema da Necessidade
É preciso casar João,
é preciso suportar Antônio,
é preciso odiar Melquíades,
é preciso substituir nós todos.
É preciso salvar o país,
é preciso crer em Deus,
é preciso pagar as dívidas,
é preciso comprar um rádio,
é preciso esquecer fulana.
É preciso estudar volapuque,
é preciso estar sempre bêbado,
é preciso ler Baudelaire,
é preciso colher as flores
de que rezam velhos autores.
É preciso viver com os homens,
é preciso não assassiná-los,
é preciso ter mãos pálidas
e anunciar O FIM DO MUNDO.
Carlos Drummond de Andrade. Sentimento do mundo. Pongetti, 1940. Traducción: Conrado Santamaría
Imagen: Tarsila do Amaral. O ovo (ou Urutu), 1928.
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